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....Um sonho que virou realidade para muitos.....deu na Globo.....

Lanchas deixam de ser privil�gio da elite
Estabiliza��o da economia e uma queda no valor das pe�as e equipamentos importados foram fatores importantes no crescimento da ind�stria de barcos no pa�s, que conta hoje com 151 estaleiros, a maioria de pequeno e m�dio portes
Karla Spotorno
Fechadura biom�trica

Al�m de cont rolar o acesso � su�te do barco, a fechadura biom�trica aciona o sistema de automa��o para configurar o quarto de acordo com o desejo do propriet�rio. Ao se identificar com o dedo polegar, por exemplo, o propriet�rio indica que est� entrando na su�te para assistir um filme. Com isso, a ilumina��o fica mais suave, e as cortinas se fecham. Se usar o indicador, sinaliza que ir� tomar banho, e o chuveiro � acionado na temperatura pr�-determinada.
Navega��o automatizada
O sistema alem�o Guardian automatiza as fun��es de navega��o, gerencia os sistemas de gera��o e distribui��o de energia e as revis�es do n�vel do tanque de combust�vel. Ele reduz o n�mero de bot�es no painel de pilotagem. No modelo 68S, da Intermarine, que usa o Guardian, h� seis bot�es. No 680 Full, 24.
Ter um barco na garagem, ou ancorado numa marina, deixou de ser exclusividade das pessoas muito ricas. Se h� cinco anos o perfil do cliente dos estaleiros brasileiros era apenas o do empres�rio que desembolsava at� 500 mil reais por uma lancha, hoje inclui aqueles que podem pagar entre 30 mil e 100 mil reais por um barco. A estabiliza��o da economia e uma queda no valor das pe�as e equipamentos importados foram fatores importantes no crescimento anual de 10% dessa ind�stria no pa�s, que conta hoje com 151 estaleiros.

Mas a maior alavanca do setor no pa�s foi o surgimento do financiamento n�utico. O cr�dito ao consumidor para a compra de barcos surgiu t�mido e com o desafio de enfrentar dois obst�culos, um s�cio-cultural e outro conjuntural. H� ainda no pa�s uma percep��o de que somente fam�lias ricas t�m condi��es de comprar e manter um barco. “Esse � um paradigma que penaliza um setor inteiro”, afirma Len�lson Bezerra, diretor- executivo da Associa��o dos Construtores de Barcos (Acobar). O segundo obst�culo est� relacionado com uma resist�ncia do empresariado � entrada de financeiras no neg�cio. “Foram quase cinco anos para criar uma cultura de cr�dito no setor n�utico”, diz Andr� Novaes, respons�vel por essa linha na pioneira Aymor� Financiamentos, que registra crescimento m�dio de 30% ao ano.

O segmento de barcos de luxo tamb�m cresceu. Grandes estaleiros apostaram em projetos luxuosos, com tecnologia de ponta. A lancha 68S, da Intermarine, o maior estaleiro do Brasil em faturamento, � o modelo feito no pa�s que traz o maior conjunto de itens tecnol�gicos de s�rie. Um sistema de automa��o, criado pela brasileira iHouse, controla desde a ilumina��o e a temperatura da �gua do banho, at� o ar-condicionado.

As fun��es de navega��o s�o geridas por um outro sistema de automa��o, da alem� Guardian. Ele controla a gera��o de energia, o n�vel dos tanques de combust�vel e �gua, a �ncora el�trica e as bombas. Outro equipamento de ponta, que chegou ao pa�s neste ano, permite � lancha navegar � noite. Uma c�mera capta por infravermelho as ondas de calor de obst�culos num raio de 700 metros e exibe a imagem num monitor multifun��o, junto ao GPS, ao radar e � sonda. O pre�o de tanta tecnologia � alto. A empresa n�o divulga o valor da lancha, mas o mercado estima que n�o saia por menos de 4 milh�es de reais. A 68S era o maior modelo exposto no S�o Paulo Boat Show, evento que aconteceu em S�o Paulo e que � o maior do setor de barcos no Brasil.